O ciúme é um sentimento bem difícil de controlar e que aparece por diversas razões. Pode ser ciúme do namorado, de um amigo ou até do irmão.
Apesar de bem desagradável, ele é um sentimento natural do ser humano, só que, dependendo do caso, pode estar em um nível exagerado, causando um ciúme patológico, que requer a ajuda de um psicólogo.
O ciúme surge como um sinal de alerta, quando acreditamos que algo não está indo bem ou como desejamos.
Pode ser um problema real ou estar presente apenas no imaginário. Só que faz parte do nosso instinto querer eliminar toda e qualquer ameaça que nos tornam inseguros, desprotegidos ou em desvantagem.
É um sentimento que nos divide internamente e nos coloca dentro de um dilema interior. Por um lado, estamos sentindo o ciúme e clamamos por mais atenção.
Por outro, nos condenamos por essa sensação, pois sabemos que o ciúme destrói as relações afetivas.
Ciúme é o medo de perder a pessoa que se ama para outra pessoa, de perder um trabalho ao qual se é muito dedicado ou até mesmo um objeto ou posse pelos quais possui bastante estima.
Ele pode ser considerado normal até certo limite e deve estar baseado em fatos. Muitos consideram o ciúme entre um casal, por exemplo, como prova de amor e valorização da pessoa amada. Outros acham que é demonstração de insegurança.
Quando o ciúme passa a ser uma obsessão deve ser considerado como doença e aí necessita de ajuda psicológica.
Quem é vítima de um ciumento compulsivo – com suas reações e atitudes exageradas -, tem sua vida controlada todo o tempo e não deve se submeter às exigências e limites impostos pelo parceiro.
1. Ciúme normal
É um ciúme aceitável e sadio, que faz parte do cuidado e zelo por uma relação a qual damos importância.
É um ciúme protetor e não possessivo, e, justamente por isso, não costuma causar maiores problemas ou desentendimentos.
2. Ciúme exagerado
A situação já começa a sair do controle com o ciúme exagerado.
Esse sentimento acontece em maior intensidade do que quando o ciúme é normal, e causa muita tristeza e desconforto para a pessoa que o sente.
Geralmente, o ciúme exagerado é causado pela insegurança, baixa autoestima, depressão ou ansiedade.
3. Ciúme patológico
O ciúme patológico é diferente do normal não somente na intensidade do sentimento, mas também no tipo.
Nesse caso, causa sofrimento, tanto em quem sente, como em quem é o objeto do sentimento. É um ciúme causado por situações ou ideias irreais, fantasiosas ou até mesmo delirantes.
Como reconhecer um ciumento que necessita de tratamento?
No ciúme patológico, o ciumento está sempre sob uma ameaça inconsciente de algum rival, tem obsessão em controlar a vida, o comportamento e os sentimentos do outro.
Tudo é exagerado e sem motivo aparente ou fato real. A pessoa torna-se totalmente insegura e controladora, cerceando a liberdade de quem o cerca.
Veja outros comportamentos de um ciumento compulsivo:
Desenvolve um padrão de preocupação exagerada;
Muitas vezes mostra-se perfeccionista e excessivamente dedicado;
Mostra-se extremamente convencido de seus próprios pensamentos;
Não acredita nas evidências apresentadas pelo outro;
Acha que o outro está sempre mentindo e querendo enganar;
Esforça-se o tempo todo para controlar a outra pessoa;
Quer saber o que o outro está fazendo, pensando e aonde vai;
Quer saber por que o outro se veste de determinada maneira;
Desenvolve um sentimento de posse da outra pessoa.
Como lidar com o ciúme?
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Para entender como lidar com esse sentimento tão angustiante, também é preciso compreender a sua origem.
Hellinger, psicoteraputa alemão, criador da abordagem da psicoterapia sistêmica conhecida como “Constelação familiar”, atribui o ciúme a 4 razões:
Para confirmar uma antiga crença de que não merecemos amor;
Para ser fiel às crenças e exemplos da família;
Para operar uma identificação inconsciente com outra pessoa prejudicada;
Para cumprir uma obrigação pessoal.
Seguindo essa linha de raciocínio, é importante identificar quais dessas situações está causando o ciúme e a consequente sabotagem no relacionamento afetivo e, a parte daí, para de atuar dessa maneira.
Para começar, preste atenção em que momentos o ciúme surge. Observe a si mesmo, suas próprias reações e aprenda a lidar com elas. Antevendo seu sentimento, você pode procurar direcionar sua atenção para outras atividades e pensamentos.
Outro ponto importante na superação do ciúme é a honestidade. Se algo ou um comportamento está te incomodando, converse sobre isso com quem está sendo o seu objeto de ciúme.
Uma conversa aberta e verdadeira pode gerar mudanças de hábitos e, consequentemente, o fim de desconfortos e crises de ciúme.
Lembre-se: usar o ciúme como um meio de controle da pessoa que amamos só causa o afastamento dela.
Por isso, tenha consciência do seu valor próprio e não esconda os seus sentimentos. Ao ocultá-los, somos nós mesmos quem mais sofremos, nos isolando e nutrindo esse sentimento negativo.
Se o ciúme já está em um ponto que nenhuma das dicas acima consegue ajudar, chegou a hora de você procurar um psicólogo, pois possivelmente você está vivendo uma situação de ciúme patológico.
Com terapia, é possível restaurar a autoestima e segurança necessários para o amor próprio, descobrir a origem do ciúme e aprender diversas técnicas para lidar melhor com esse sentimento.
Como lidar com insegurança e ciúmes nos relacionamentos?
Um caso recorrente em relacionamentos, diz respeito a necessidade de lidar com insegurança e ciúmes do parceiro. E também são frequentes os problemas causados na relação devido a conflitos gerados pela insegurança e os ciúmes.
Mas é preciso saber diferenciar uma reação aparentemente boba, de um transtorno psicológico que acaba por prejudicar as pessoas envolvidas.
Antes de tudo, é preciso saber que o ciúme é um sentimento normal, que entra em ação quando nossos relacionamentos estão em jogo.
Também é considerado normal haver certas doses de insegurança no que diz respeito ao outro, principalmente no início de relações.
Mas estabelecidos os acordos de confiança e respeito, esses sentimentos tendem a perder força com o passar do tempo.
Porém, em alguns casos a insegurança e ciúmes podem atingir proporções exageradas e até patológicas. E é por isso que é muito importante saber diferenciar uma situação ocasional e moderada, de sintomas relacionados com o amor obsessivo e o ciúmes patológico.
Nesses casos, o medo e a insegurança são causados por uma ameaça desconhecida, ou mesmo inexistente. O ciúme doentio faz com que a pessoa desenvolva uma série de pensamentos e sentimentos negativos.
E isso acaba privando o outro de sua liberdade e privacidade, passando a ser controlado de forma doentia. Mas afinal, como lidar com a insegurança e ciúmes nos relacionamentos?
É preciso atenção para entender as causas da insegurança e do ciúme. Muitas vezes alguma situação pode levar uma pessoa a uma crise. Mas quando aparentemente isso acontece por fatores indeterminados, pode indicar uma condição que requer cuidados.
Neste texto reunimos algumas dicas para você aprender a lidar com a insegurança e ciúmes do parceiro.
1) Entenda os motivos da insegurança e ciúmes do parceiro
Insegurança e ciúmes tem causa, e muitas vezes causas profundas, provenientes de experiências da infância.
Por isso, procure conhecer o outro e entender as causas de comportamentos guiados por medo e insegurança.
São vários os gatilhos que podem levar uma pessoa aos ciúmes, tais como: sensação de abandono; traumas; falta de afeto; negligência de atenção e cuidados entre outros. Essas questões podem inclusive estar apenas na cabeça de quem sente ciúmes exigindo cuidados especiais.
2) Encontre formas para criar comunicação
Uma boa comunicação deve fazer parte de qualquer relacionamento saudável. Somente o diálogo irá permitir que haja entendimento entre o casal.
Assim fica mais fácil expor para o parceiro o que incomoda e o que pode ser evitado.
O diálogo traz cumplicidade, confiança, companheirismo e ajuda aliviar dores que guardamos e escondemos. Nada melhor do que poder contar com seu parceiro na hora de desabafar.
3) Esclareça e evite que o parceiro fantasie a partir do medo
Muitas vezes o ciúme é alimentado pela falta e informação e conhecimento do parceiro. Para um casal ser feliz, a confiança e o respeito precisam ser cultivados.
Pequenas atitudes como apresentar seu par a seus amigos, colegas de trabalho ajudam a eliminar inseguranças.
Esclareça quem é quem na sua vida, para que seu parceiro participe de sua vida social. Assim o medo perde força e é possível evitar que o parceiro fantasie sobre o que ele desconhece.
4) Estabeleça limites e preserve a individualidade
Ao contrário do que muitos pensam, é preciso limites para preservar a privacidade e individualidade entre os parceiros. Valorize o tempo que pode dedicar a si mesmo(a) e priorize esses momentos.
Deixe seu parceiro a par de tudo, mas reserve um tempo para desfrutar com amigos e dê tempo a ele(a) para preservar também sua rotina e liberdade.
Pessoas ciumentas possuem uma grande tendência a se tornarem grandes controladores e acabam castrando a liberdade do outro. Por isso, estabelecer limites e não alimentar o ciúme é fundamental.
5) Crie acordos de convivência
Relacionar-se bem depende de pequenos acordos de convivência. Isso significa conhecer bem o parceiro e saber o que não agrada. Haverá momentos em que ambos precisarão ceder, para que haja harmonia no relacionamento.
Com esses acordos, diversos problemas podem ser evitados. Além disso, eles irão fortalecer os vínculos de confiança do casal e estabelecer limites de segurança.
6) Invista na terapia de casal
A terapia de casal pode ser uma boa opção para quem precisa lidar com insegurança e ciúmes. O psicólogo irá mediar as conversas para que os parceiros encontrem formas de amenizar os conflitos que ocorrem devido a falta de confiança ou ciúme exagerado.
Também pode ser recomendado um atendimento individual, para que os parceiros investiguem as razões do medo que a insegurança e o ciúme provocam.
E isso ajuda a entender como esses sentimentos se instalaram no cotidiano, indo a fundo nas relações afetivas anteriores ao relacionamento em questão.
O que gera o ciúme excessivo?
O ciúme se caracteriza pelo medo de perder alguém amado, que você julga seu, para outra pessoa.
Em parte, o ciúme é algo normal quando se está ao lado de quem se gosta, pois há vários esforços e inseguranças no sentido de fazer com que o relacionamento seja garantido. Pode ser uma prova de amor, mas também sinal de baixa autoestima, insegurança.
O ciúme pode ser algo apenas transitório, que se dilui à medida que os parceiros sentem-se mutuamente seguros.
Algumas pessoas o encaram como prova de amor, zelo ou valorização do parceiro. Outros o consideram uma prova de insegurança e baixa autoestima.
Quando o ciúme se transforma em algo maior, é provável que se esteja diante de uma patologia, e merece atenção do psicólogo.
O ciúme excessivo, nesse caso, mostra um desejo inconsciente de controle e vigília sobre os sentimentos e comportamentos da outra pessoa.
O ciumento torna essa vigília o objeto de sua vida, de modo que, por mais que o outro se preocupe em amenizar a situação, nada é o bastante para convencer e tranquilizar o ciumento.
São situações muito desagradáveis, para quem sofre de ciúme (que perde a noção), para quem é vítima dele (que fica refém da situação) e também para quem assiste às cenas sem poder fazer algo específico.
Como meu parceiro(a) pode me ajudar a controlar o ciúme?
A terapia pode ajudar o parceiro a entender porque permite que o outro confisque a sua liberdade de contato com outras pessoas.
Brigas frequentes, clima tenso. Quem tolera as cenas de ciúme excessivo acaba por alimentar o ciclo, mesmo sem se dar conta, permitindo que o ciumento repita o procedimento sucessivamente.
Por isso, o psicólogo também pode ajudar. É importante que a vítima do ciumento (que, conforme a ótica, pode ser ele mesmo) reconheça o processo e aprenda a evitá-lo.
Tratamento para os lados emocional e físico
O ciumento compulsivo deve ser levado a procurar ajuda psicoterapêutica. Em muitos casos, é necessária uma ação conjunta do psicólogo com a administração de medicamentos, uma vez que o tratamento abrange não só o lado emocional, mas também o físico.
Antidepressivos e ansiolíticos podem aliviar muitos sintomas percebidos por quem sofre com o distúrbio.
O tratamento com psicólogo é fundamental para que sejam identificadas as questões que levaram ao aparecimento do ciúme, que muitas vezes têm origem na família, numa infância cercada por insegurança, baixa autoestima ou exemplo de comportamento ciumento por parte dos pais.
Quem cresceu num lar controlador e com zelo excessivo passa a acreditar que este é o modelo correto.
Como o psicólogo atua?
O psicólogo aplicará técnicas com o objetivo de levar o paciente a confrontar a realidade e a buscar evidências para o sentimento.
O ciumento obsessivo será incentivado a entender como funcionam seus pensamentos, aprendendo a diferenciar a fantasia da realidade.
Em muitos casos é indicada a terapia de casal, pois assim ambos envolvidos passam a ter melhor consciência do que está acontecendo e o psicólogo pode ajudar a corrigir a percepção e atitudes de cada um em relação ao outro.
Por que é difícil domar os ciúmes?
O ciúme é a sensação de que a pessoa pode ser ameaçada por outra, no sentido de que ela supostamente não faz parte do seu “domínio”.
Neste contexto, em que a confiança começa a ser prejudicada, os laços que unem o comprometimento estão prejudicados pela condição de incerteza, dúvida, ansiedade, insegurança, temor e medo.
O ciúme é cercado pela condição de ameaça permanente, que pode ser vista por “sinais” de alguém em especial ou qualquer pessoa. Desta forma, a pessoa ciumenta é assombrada pelas reações instintivas de domínio e por pensamentos negativos.
E muitas vezes essa condição é agravada pelo fato das pessoas ciumentas costumarem ter absoluta certeza em sua interpretação da situação. E esclarecê-la, fazendo-a reconhecer que tenha criado excesso de desconfiança pode ser uma tarefa muito difícil.
Com passar do tempo, as relações em que o ciúme passa a ser um sentimento constante, inclinam-se para o esgotamento e seu término. Conviver sob a atmosfera de uma tensão permanente de ciúmes é um dos principais motivos de desfechos infelizes.
Muitas vezes, após o término, a pessoa ciumenta não pôde desatar das amarras emocionais e pode sofrer impactos sérios. Pode até mesmo repetir o comportamento em novas relações.
O relacionamento pode ter chegado ao fim, mas o distúrbio permanece.
Conclusão
O ciúme é uma marca expressa visivelmente que conduz a experiências, muitas vezes, desconfortáveis, tanto para a pessoa amada quanto para a que está em ciúmes. A falta de comunicação é um dos primeiros focos e, senão, principal sinal de preocupação na relação.
Possivelmente, pelo hiato de não haver diálogo, o relacionamento perde as formas de evitar problemas futuros. Além disso, quando se identificam os problemas previamente, a solução será rápida e fácil.
Portanto, a comunicação na relação será muito importante no momento de expressar os desejos, as inquietações e os sentimentos.
Sem isso, o casal não poderá encontrar canais de conversa e resolução dos conflitos. Os ciúmes patológicos se instalam e sem a comunicação e confiança mútua, dificilmente se alcançará o ideal desejado.
Para a pessoa não continuar alimentando esse sentimento negativo, essa experiência deverá ser analisada por alguém que possa compreender as individualidades ali existentes.
Tanto a insegurança quanto a falta de comunicação, que caracterizam definitivamente os motores dos ciúmes, devem ser restituídos.
E há casos em que o ciúme excessivo está ligado a distúrbios profundos da pessoa. Por isso, nem sempre o diálogo irá resolver, precisando sim da ajuda de um psicólogo para resolver a situação.
A terapia de casal neste caso será de importância vital. Nela serão realizadas análises de comportamento e dadas orientações que visarão recuperar a autoestima de ambos bem como mostrar novos caminhos para a relação.
O ciúme deve ser sempre questionado, independente da pessoa pensar que está na posse da razão ou não. Ele por si só, gera motivos e situações de sofrimento.
A maturidade emocional vem sempre acompanhada de uma relação com diálogo aberto e franco. A ideia de fidelidade só pode ser desenvolvida mediante um acordo em dois.
Termos uma relação baseada no ciúme é provocar crises que podem ampliarem-se e inevitavelmente, destruir a vida conjugal.
A fim de evitar que este estágio de ciúme patológico se torne um problema de saúde maior, é importante o casal buscar a ajuda de um psicólogo e passar a ser assistido pela terapia de casal.
fonte
psi berrini
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