Infelizmente muitas pessoas estão se relacionando com um agressor psicológico e não percebem.
Infelizmente, relacionamentos abusivos são extremamente comuns. Muitas mulheres estão presas a situações muito destrutivas e que podem causar danos que vão de traumas graves, depressão e outros transtornos e até mesmo a morte.
Nós psicólogos alertam: essas vítimas podem estar convivendo com um agressor psicológico, que é mais difícil de identificar e causa tantos danos quanto a violência física.
Você está infeliz no casamento? Sente-se presa, está com autoestima baixa, isolada? Será que isso pode estar acontecendo por que o seu companheiro é um abusador psicológico? É muito importante identificar isso logo, pois o abuso psicológico pode se tornar violência física e ter consequências ainda mais graves.
Leia o artigo e entenda os mecanismos deste tipo de abuso e aprenda a identificar um agressor psicológico.
Consequências
Os efeitos da agressão psicológica podem ser tão graves, e até mesmo mais do que a da física. E uma das questões mais preocupantes é que as vítimas de um agressor psicológico tendem a se culpar e a minimizar seu abuso.
Isso pode ser devastador pois a pessoa que torna o seu sofrimento como algo pequeno não apenas não procurará ajuda, como tende a agravar cada vez mais o seu sofrimento. E os efeitos podem ser devastadores, tanto a curto quanto a longo prazo.
Os efeitos a curto prazo são percebidos pela vítima com certa surpresa. Isso por que raramente o agressor psicológico não inicia um relacionamento praticando abuso, por isso os sinais são quase imperceptíveis. Ele espera criar vínculos fortes e conhecer bem seu par antes de começar a ter qualquer tipo de violência.
Ao ter laços fortes, os abusadores começam a minar a autoestima de sua parceira com micro agressões e outras pequenas atitudes. E um belo dia, começam os gritos, deboches, ameaças…
E nesse sentido, é muito comum que as vítimas reajam com surpresa… E apresentem esses comportamentos:
Surpresa e confusão;
Dúvidas de si mesmo. É comum a vítima questionar se isso realmente aconteceu ou foi impressão;
Ansiedade ou medo;
Hipervigilância;
Vergonha ou culpa;
Agressão como resposta ao abuso;
Excesso de passividade e/ou complacência;
Choro frequente;
Sentimentos de derrota, impotência e desamparo;
A vítima sente-se estar constantemente “pisando em ovos”;
Sentimentos de que está sendo manipulado, usado e controlado;
Sentimentos de que a sua presença é indesejada.
Quando a vítima não consegue se desembaraçar de um agressor psicológico no início do relacionamento, o abuso evoluirá causando efeitos devastadores. A longo prazo a vítima pode estar completamente destroçada.
Normalmente a vítima está com a autoestima tão destruída que ela se sente presa ao agressor psicológico, o que torna mais difícil deixar esta situação. O abuso emocional leva a vítima a acreditar nas coisas terríveis que o abusador diz sobre ela.
Por isso a coisa mais importante que se pode fazer por uma pessoa que vive essa situação é ajudá-la a entender que ela é vítima. Deve-se dar acolhimento e segurança para essa pessoa. Afirmações como “ela está com ele por que quer” etc., apenas contribuí para fortalecer o vínculo com o agressor psicológico, tornando-a ainda mais presa e vulnerável ao abuso.
Além do vínculo forte que prende a vítima ao abusador, os principais efeitos a longo prazo mais comuns são:
Depressão;
Isolamento;
Baixa autoestima;
Instabilidade emocional;
Distúrbios do sono;
Dor física sem causa aparente e surgimento de doenças psicossomáticas;
Pensamentos suicidas e até mesmo tentativas;
Dependência extrema do agressor;
Fracasso e vários aspectos da vida como, por exemplo, na carreira;
Incapacidade de confiar em outras pessoas;
A vítima sente-se presa e sozinha, e não vê esperança no futuro;
Abuso de substâncias como álcool e drogas.
Você já deve ter ouvido falar da Síndrome de Estocolmo, não é mesmo? Ela é muito conhecida por surgir em vítimas de sequestro, em que ela passa a idealizar, proteger e até mesmo amar que a sequestrou. Mas você sabia que as vítimas de relacionamento abusivo também sofrem tal síndrome?
Na Síndrome de Estocolmo, a vítima está tão aterrorizada que ela passa a se identificar excessivamente tornando-se ligada emocionalmente como tentativa de parar o abuso. A vítima irá até defender seu agressor psicológico e suas ações emocionalmente abusivas.
Portanto, ressaltamos, caso você esteja em um relacionamento assim, busque imediatamente ajuda. E caso você tenha conhecidos e entes queridos passando por tal situação, não culpe a vítima.
Crie acolhimento e lhe dê segurança. Só assim você irá conseguir ajuda-la verdadeiramente.
Identificar um agressor
Os abusadores normalmente são pessoas que têm compulsão por controle. E a violência física e psicológica são as maneiras que eles encontram para conseguir seus objetivos. Normalmente são egocêntricos, impacientes, irracionais, insensíveis, implacáveis, e não têm empatia e são frequentemente ciumentos, desconfiados e até mesmo paranoicos.
Também é muito comum que o agressor psicológico afaste sua vítima de seus familiares e amigos a fim de ter controle absoluto sobre elas. Mudanças repentinas de humor são comuns. Gritos, ameaças e deboches são muito comuns e fáceis de identificar, mas há sinais mais difíceis. Confira alguns dos mais comuns.
Discordar frequentemente: é muito comum que agressor psicológico argumente contra qualquer coisa que a vítima disser. Basicamente, ele irá contrariar tudo a fim de minar qualquer conversa construtiva. Principalmente quando o assunto for o relacionamento e comportamentos dele. Com o tempo, a pessoa passa a não ter mais opinião e a dizer sim para tudo que lhe é dito.
Bloqueio e silenciamento: essa é outra tática usada para interromper a conversa. O agressor psicológico pode trocar de assunto, acusar a vítima e até mesmo distorcer o que é dito. Essa é uma maneira sutil de dizer um “cala a boca” para a pessoa.
Deboche, depreciação e desconto de frustrações: esse abuso verbal minimiza ou banaliza os sentimentos, pensamentos ou experiências da vítima. É uma maneira de dizer que seus sentimentos não importam ou estão errados. Há várias maneiras de fazer isso, as mais comuns são ridicularizar a pessoa, ou dizer que ele já passou por coisas piores, algo como “eu sofri mais que você, então para de frescura”.
Interromper o tempo todo: há inclusive um termo em inglês para essa prática, chamado de manterrupting. Basicamente, o agressor psicológico interrompe a vítima o tempo inteiro, não permitindo que ela conclua suas frases e argumentos. Isso não apenas impede que haja uma conversa construtiva como tem por objetivo destruir a autoestima e autoconfiança da vítima.
Negação: Um agressor psicológico pode negar e até mesmo distorcer promessas e acordos. E não apenas isso, eventos que realmente ocorreram podem ser completamente negados e distorcidos. “Não olhei para outra mulher, você é louca”, “Jamais disse isso, você está inventando”, “Eu grito com você por que você me perturba” e outras frases são comuns a vítima de abuso. Isso é um comportamento manipulador que faz com que a vítima gradualmente passe a duvidar de sua memória, percepções e experiências.
Esses são apenas alguns dos sinais de que o seu companheiro pode ser um agressor psicológico. Se você percebeu que ele apresenta pelo menos um dos sinais descritos nesse texto, fique muito atenta: você pode estar sendo vítima de um relacionamento abusivo.
Você vai ler agora uma lista das características e hábitos mais comuns dos agressores:
São intolerantes
As pessoas intolerantes não respeitam as opiniões, atitudes ou comportamentos dos outros. São pessoas cheias de preconceitos. Isso faz com que reajam agressivamente, de forma ressentida ou pouco educada, porque acreditam que não há nenhuma razão para impedir que a sua própria vontade prevaleça. Muitas vezes são sexistas.
São encantadoras, a princípio
Essas pessoas não se mostram intolerantes de início, elas são encantadoras nas fases iniciais da relação. Elas sabem como se comportar e o seu verdadeiro “eu” pode demorar algum tempo até aparecer. À medida que a confiança da outra pessoa aumenta, mostram então o comportamento destrutivo.
São autoritários
Os abusadores são autoritários porque possuem características antidemocráticas e intransigentes. São amantes da ordem, mas com base no seu critério pessoal. Não importa se estão certos ou não, se não os obedecerem, ficarão bravos.
São psicologicamente rígidos
Estes indivíduos têm um pensamento rígido e perseguem uma única verdade, a deles. Não são como as pessoas que conversam e buscam um consenso, eles temem ter que ceder às opiniões dos outros porque acreditam que só eles têm razão. Tudo que não se encaixe com seu pensamento está errado, garantindo assim que a única verdade existente seja a sua.
Por outro lado, essas pessoas tendem a partir de categorias de pensamento relativamente rígidas e estancadas, o que facilita que empatizem muito pouco com os outros, inclusive quando há razões para isso.
Apresentam pensamento dicotômico
Como são pessoas psicologicamente rígidas, para elas tudo está certo ou tudo está errado, não há meio termo. Isto porque, geralmente, os agressores cresceram em famílias que os trataram assim.
São chantagistas
Essas pessoas sempre se comportam de acordo com os seus interesses e culpam, incomodam e provocam medo na vítima de chantagem. Fazem com que ela se sinta culpada por coisas que nem sequer fez ou coisas que fez, mas que não são necessariamente ruins ou graves.
Não fazem auto-crítica
Por serem psicologicamente rígidas e acreditarem que há só uma verdade, não sabem lidar com as críticas. Isso acontece porque qualquer crítica é recebida como um ataque direto à sua identidade e à sua maneira de interpretar a realidade, não enxergam uma crítica como uma possibilidade de algo construtivo.
As vítimas de seus maus tratos pagam caro pela sua falta de habilidade social e seu sentimento de fracasso, se tornando seu bode expiatório. E, claro, os agressores psicológicos não fazem auto-crítica, ou pelo menos não de forma sistemática, a menos que topem com uma experiência que os obrigam a fazer uma mudança radical no seu modo de ver as coisas.
Criticam
Além dessas pessoas não fazerem uma auto-crítica, elas têm facilidade de criticar os outros. Procuram defeitos nos outros e os esmagam emocionalmente com sua franqueza; são capazes até mesmo de inventar coisas só para fazer a vítima se sentir mal. Não se trata de uma crítica construtiva, mas de uma ação orientada que visa fazer alguém se sentir mal para desfrutar da sua reação ou para submetê-la.
Muda de humor em segundos
Mudanças de humor são comuns neste tipo de pessoa, que passam de um estado agradável ao de raiva ou fúria em questão de segundos. Assim, podem viver em dois extremos, de encantadoras a pessoas horríveis.
Se sentem ofendidas com facilidade
As mudanças de humor se dão, muitas vezes, por causa da sua hipersensibilidade, já que se ofendem facilmente. Já foi dito que se algo não se encaixa com a sua verdade, então está errado.
Desconectam a vítima
Isolar a vítima dos seus familiares e amigos é um dos objetivos pelos quais o agressor obriga a vítima a se submeter completamente. Sua ideia é fazer com que a vítima se sinta ameaçada e com medo de falar com outras pessoas.
São cruéis e insensíveis
Tais pessoas não só maltratam psicologicamente seus parceiros, muitas vezes também estendem este tipo de comportamento aos seus filhos, por exemplo. Elas podem, inclusive, infligir danos físicos a animais de estimação. São pessoas cruéis e insensíveis.
Não se arrependem
São pessoas que não se arrependem do que fazem e, como explicado na seção anterior, podem ter esse tipo de comportamento com outras pessoas. É por isso que, entre outras coisas, convém nos manter afastados de pessoas com esse perfil psicológico, já que sequer existe a possibilidade de se arrependerem de verdade.
Fazem falsas promessas
Embora possam até parecer arrependidos, geralmente esses indivíduos tendem a fazer falsas promessas. Eles até pedem desculpas mas, na realidade, não se arrependem. Suas promessas não têm nenhum valor porque, no mínimo, agirão da mesma maneira.
São controladoras
São pessoas que têm necessidade de se sentirem superiores e de controlar os outros, mas que no fundo são inseguras e escondem o medo de serem desmascaradas. Por isso, querem ter o controle de tudo, esta é a maneira que eles encontram para manter tudo bem preso a eles, não deixando escapar nada de suas mãos.
Não tem controle emocional
Apesar de querer controlar os outros, eles não têm controle emocional. Na verdade, muitos deles são pessoas totalmente analfabetas a nível emocional. Por isso, se comportam impulsivamente, sem pensar nas consequências.
Não se detém
Não têm grande capacidade de reflexão, são pessoas que não se detém por nada, para eles o fim justifica os meios. São pessoas que conseguem agir discretamente em lugares públicos, tornando a vida da vítima uma verdadeira provação.
São sedutoras
Muitas vezes, são pessoas encantadoras e querem conquistar sua vítima. Na verdade, são pessoas que seduzem facilmente.
São mentirosas
Obviamente, pessoas manipuladoras não são honestas. Isso as torna especialistas em contar mentiras. Na verdade, raramente dizem a verdade, porque elas estão sempre pendentes a ferir a outra pessoa.
Se fazem de vítima
Como estão sempre culpando outra pessoa, muitas vezes se colocam no papel de vítima para justificar suas ações. Por exemplo, proferindo frases como: “Você não me quer, está sempre preferindo seus amigos”. As ações de dano psicológico são contínuas, mas não necessariamente diretas. Algumas vêm disfarçada de falso vitimismo.
Baixa empatia
As pessoas abusivas não são empáticas. O que isso significa? Elas não reconhecem as emoções dos outros nem se conectam com elas. Isto lhes permite fazer a vítima sofrer sem qualquer tipo de ressentimento.
É muito importante buscar ajuda de um psicólogo pois infelizmente, as pessoas podem não perceber a gravidade da situação e em alguns casos até mesmo piorá-la sem a terapia. Um relacionamento abuso é muito difícil de se desvencilhar e as vezes a própria vítima não percebe que está em um.
fonte
Psiconlinews
Psicólogos sp
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